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Aciub participa de reunião da Cosag sobre segurança alimentar

Na última segunda-feira (06/06), o vice-presidente da Aciub, Sérgio Tannus, participou de forma virtual de mais uma tradicional reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), o qual representa a Associação. Durante o encontro, o presidente do colegiado, Jacyr Costa, disse que o Brasil tem potencial para amenizar o problema mundial relacionado à segurança alimentar. “Esse é um assunto estratégico que exige ações governamentais, bem como motivação da iniciativa privada”.

Para debater o tema foram convidados especialistas e membros de órgãos do governo. Algumas ideias mencionadas por conselheiros para melhorar o ambiente de negócios incluíram o aumento do comércio, a diminuição dos subsídios e da taxa de juros no Brasil.

Em 2016 havia 100 milhões de pessoas em situação de crise alimentar. E em 2021 esse número quase que dobrou, atingindo 193 milhões em 53 países, sobretudo no continente africano. Segundo o estrategista Andy Duff, chefe da RaboResearch Food & Agribusiness, essa situação preocupante se deve a diversos fatores, como conflitos militares, eventos climáticos extremos ou choques econômicos.

“E a recente guerra no Leste europeu trouxe novos problemas, uma vez que Rússia e Ucrânia são responsáveis por considerável quantidade de cevada, milho e, principalmente, do trigo consumido mundialmente”, disse Duff.

Desde 2020 o preço dos alimentos básicos está subindo, devido à crise causada pela pandemia, mas na comparação com outro período crítico, entre 2007 e 2010, verifica-se aumento de preços mais intenso e agudo. “Principalmente combustíveis, cereais e fertilizantes”. O especialista também lembrou que os estoques globais são altos, mas a questão é onde estão esses estoques. “Metade deles, falando especialmente do trigo, está na China”.

Com preços de alimentos básicos mais elevados quem sofre mais são os consumidores mais pobres do mundo. E com insumos mais caros ou indisponíveis para produtores rurais em países mais vulneráveis surge um quadro de insegurança alimentar.

“Os países deveriam pensar em estratégias de curto prazo, como evitar a implementação de barreiras ao comércio internacional, bem como explorar outros caminhos para aumentar a disponibilidade, tais como evitar o desperdício e aumentar o acesso ao financiamento”, pontuou. Em uma economia conectada, o aumento da produção de milho e de soja também contribuiria para minimizar os impactos decorrentes da escassez do trigo.

O Secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Almirante Flávio Rocha, destacou os eixos de atuação do departamento, explicou que a segurança alimentar é tratada dentro do item desenvolvimento econômico e afirmou que o sucesso do modelo brasileiro depende da integração das cadeias produtivas.

“Produzir alimentos não significa apenas plantar e colher. Sem insumos e tecnologia a distribuição de alimentos fica prejudicada. Nosso intuito é promover o desenvolvimento sustentável do agronegócio, aumentar a competitividade dessa indústria, agregar maior valor aos produtos nacionais reduzir a dependência externa e conceder mais acesso ao crédito e ao seguro rurais, bem como equilibrar produção agropecuária e conservação ambiental”, enfatizou Rocha.

Outros pontos abordados foram exportação, fortalecimento do setor produtivo nacional, inserção do Brasil no mercado internacional e o combate à fome. Ao comentar o preço dos fertilizantes, observou que a persistência da alta pode estender a crise de grãos para outros alimentos, como arroz, o que impactaria bilhões de pessoas na Ásia e nas Américas.

Por Alex de Souza, Agência Indusnet Fiesp

Créditos: Ayrton Vignola/Fiesp
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