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Cosag: concessão de crédito com respeito a critérios de sustentabilidade

As boas práticas ambientais, sociais e de governança, traduzidos no conceito de ESG, bem como sua adoção como critério para a concessão de financiamento para o agronegócio foi tema da última reunião do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em que a Aciub é representada pelo vice-presidente, Sérgio Tannus. 

Um dos convidados da reunião foi o chefe de gabinete da Diretoria de Regulação do Banco Central do Brasil, Ricardo Harris, que destacou a importância das finanças sustentáveis e a concessão de financiamento de forma segura, eficiente e de acordo com os critérios de sustentabilidade. “Comparado a outros mercados, o Brasil tem matriz energética limpa, e temos que aproveitar essa oportunidade”, afirmou.  Segundo ele, uma das primeiras vozes a alertar para a relevância da discussão sobre como os riscos climáticos afetam a estabilidade financeira, foi o ex-presidente do Banco Central da Inglaterra, o economista Mark Carney. Desde 2017, quando foi criado o Network for Greening the Financial System (NGFS), uma rede de bancos centrais que reúne mais de 90 membros, o grupo vem trabalhando para ampliar o financiamento de acordo com os parâmetros de sustentabilidade. “Esse seleto grupo representa mais de 80% das emissões”, disse Harris.

O executivo do BC explicou, ainda, que a entidade trabalha para assegurar a estabilidade de preços e do mercado financeiro, e que tais objetivos são diretamente afetados pelas mudanças climáticas. “É inegável sua influência sobre os preços de alimentos e energia, por exemplo. Agora mesmo estamos discutindo os impactos de uma seca prolongada nos preços da conta de luz”, pontuou.

Outro papel do BC é o fomento ao desenvolvimento das finanças sustentáveis, com o intuito de assegurar o gerenciamento adequado dos riscos pelo sistema financeiro. Os bancos centrais exercem papel fundamental nessa agenda sustentável “O mercado de dívida sustentável no Brasil cresceu exponencialmente nos últimos sete anos, e os títulos e empréstimos verdes representam 84% do mercado brasileiro de dívida sustentável, com papel importante nos financiamentos”, afirmou o executivo do BC.

Harris reconheceu, também, que nem tudo são flores em relação aos títulos verdes. “Há vantagens e desvantagens, como tudo na vida. Se essas emissões são mais caras do que de um título normal, sujeitos à revisão externa e falta de padronização na rotulagem, além da menor liquidez, por outro lado as vantagens incluem taxas mais baratas, oportunidade de diversificação e alta demanda por investidores”, ressaltou.

Por sua vez, o vice-presidente de atacado da Caixa Econômica Federal, Celso Leonardo, destacou a aproximação da instituição com o agronegócio e a abertura de 100 novas agências que se especializarão no segmento. “Pela primeira vez em 160 anos, a Caixa se volta a esse setor tão importante”, disse Leonardo, que vê com entusiasmo essa conexão entre o mercado financeiro e o agronegócio.O vice-presidente da Aciub, destacou a importância e relevância desta discussão. “Cada vez mais o mercado financeiro e o agronegócio estão próximos e com uma relação forte, e que geram resultados como foi o lançamento do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), que tem como foco ajudar no desenvolvimento do setor. Para garantir resultados, precisamos fomentar a produção, o que necessita das linhas de crédito. Esta reunião foi mais um passo nesta relação entre os dois setores”, destacou Sérgio Tannus.

Jacyr Costa, presidente do Cosag, durante a reunião. Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

Material produzido com informações disponibilizadas no site da Fiesp, por meio da Assessoria de Comunicação

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