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Aciub participa de reunião conjunta dos Conselhos de Agronegócio, Meio Ambiente e Infraestrutura da Fiesp

‘Energia para transporte no Brasil e seu impacto ambiental’, este foi o tema da reunião mensal do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag), em conjunto com os conselhos de Meio Ambiente (Cosema) e o de Infraestrutura (Coinfra), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O vice-presidente da Aciub, Sérgio Tannus, participou da reunião que contou com a presença do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, do ministro de Minas e Energia, Bento Costa Lima, o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, os presidentes dos conselhos e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, além de empresários e representantes da sociedade civil.

A poluição do ar e combustíveis renováveis para transportes pautaram a reunião, sendo que logo no início o presidente do Cosag, Jacyr Costa, fez uma associação deste momento com um fato histórico para este tema. “Exatamente 40 anos após o lançamento do primeiro carro movido a álcool, no Brasil, o tema continua atual e estamos reunidos hoje para tratar de questões importantíssimas correlacionadas, tais como a poluição do ar e o uso de combustíveis renováveis no transporte”, afirmou.

O ministro do Meio Ambiente, defendeu ações pragmáticas e menos ideológicas, relembrando seu período como secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. “Trabalhamos muito para acabar com os lixões, uma política pública abandonada por diversos governos, e avançamos mais que qualquer outro Estado da federação. Hoje, no Ministério do Meio Ambiente, queremos ir além. Trabalhar na questão da logística reversa, saneamento, renovação da frota de veículos de transporte público e descontaminação de áreas urbanas poluídas. Melhorar a vida das pessoas tem impacto direto no meio ambiente”, disse o Ricardo Salles. Ele afirmou, ainda, que tem trabalhado em prol do desenvolvimento sem deixar de lado o zelo com o meio ambiente. “Queremos aproximar os setores produtivos e o Poder Público para buscar soluções. Visão macro é fundamental. Não podemos criar dificuldades para vender facilidades. Sabemos o que fazer, não interrompemos nenhuma política pública, mas queremos mais eficiência e não atrapalhar quem produz. Mas sabemos para aonde estamos seguindo”, enfatizou.

As políticas energéticas e a defesa do etanol nacional foram destaques na fala do ministro de Minas e Energia.  “Temos Itaipu, o programa nuclear, diversas alternativas energéticas. Somos exemplo para o mundo. A mudança de padrão de consumo deve respeitar o potencial que nós temos, que beneficia toda a sociedade”, destacou Bento Costa Lima, que também enfatizou que o biocombustível é política pública e foram aprovadas as metas para o Renovabio até 2029, uma das prioridades do governo federal, que deverá trazer expressivo investimento, uma expectativa de cerca de 1,3 trilhão de reais, além da geração de emprego. Durante sua apresentação o ministro falou de governança, previsibilidade, estabilidade regulatória e jurídica, que, somados, incentivam os investimentos e geram credibilidade e competitividade.

O representante da Sociedade Civil no Conselho Nacional de Política Energética do Ministério do Meio Ambiente, Plinio Nastari, também citou o etanol como um dos grandes avanços brasileiros no que tange ao uso de energias renováveis. “Desde 1975 o país começou a utilizar biocombustíveis, mas a falta de políticas públicas, refletida na irregularidade do consumo, impediu um crescimento mais robusto. Mas avançamos muito de lá para cá e temos, talvez, a solução para os maiores problemas mundiais: a integração dos biocombustíveis à energia elétrica limpa”, afirmou. Além disso ele chamou atenção para a tendência mundial de eletrificação, dada sua eficiência, citando veículos com eletricidade a bateria, célula a combustível movida por hidrogênio e os veículos híbridos.

Já o diretor de Assuntos Regulatórios da Fiat Chrysler Automobile, João Irineu Medeiros, lembrou que o etanol brasileiro apresenta enorme vantagem competitiva e o Brasil precisa continuar investindo em pesquisas e desenvolvimento nesse setor. “É um diamante que está em nossas mãos e que deve continuar sendo lapidado”, analisou. Na sequencia o diretor técnico da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Henry Joseph Júnior, lembrou que vários países da América do Sul empregam porcentagem significativa de etanol e que o Brasil deveria aproveitar seu expertise no assunto e olhar de maneira diferenciada a questão “para aumentar a utilização de biocombustíveis na região e fortalecer esse mercado”.

No encerramento o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, elogiou o debate e enalteceu o setor sucroalcooleiro. “Desenvolvimento é o novo nome da paz. Os municípios paulistas que receberam usinas deram enormes saltos em seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Estamos no caminho correto”, concluiu.

O vice-presidente da Aciub destacou a importância da participação nas reuniões dos conselhos da Fiesp. “Mensalmente temos temas de grande relevância sendo discutidos nestas reuniões, com a presença de autoridades técnicas, políticas e empresariais que estão à frente de processos e podem contribuir com transformações. São oportunidades de integração e inspiração para levarmos novas ideias e análises realistas dos cenários de hoje e perspectivas para o amanhã”, avaliou Tannus.

Matéria com informações de Alex de Souza e Solange Sólon Borges, Agência Indusnet Fiesp

Os ministros Bento Costa Lima e Ricardo Salles junto à Paulo Skaf na reunião conjunta com participação da Aciub, na Fiesp. Fotos: Karim Kahn/Fiesp
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